Levar informação e nutrição ao Sertão é algo que procuramos fazer desde do início dos trabalhos, há 10 anos, vimos as necessidades das crianças e iniciamos a alimentação diária. A missionária Dr. (a) Larissa Alvarenga, nos contou como foi sua experiência no Sertão. O nome de Jesus foi anunciado e vimos o seu agir de muitas formas.
“Muito antes de ir de fato para o campo missionário, se inicia uma preparação muito intensa, tanto física, emocional e principalmente espiritual. E eu me coloquei na dispensação do Senhor, era minha primeira vez no campo, mas ciente de que tudo que eu queria fazer era ser útil a obra e de forma alguma uma pedra de tropeço.
Eu tive a oportunidade de fazer alguns atendimentos individuais a algumas moradoras que estavam aguardando atendimento com a nutricionista, e conhecer de perto algumas histórias, ouvir, conversar, falar de Jesus. E principalmente servir.

E uma delas estava grávida de 7 meses, tivemos uma consulta tranquila. E como de costume passei o meu contato a ela. E no mesmo dia à tarde ela me ligou: “olha eu to com uma sobrinha aqui que está com uma crise de ansiedade, eu posso levar ela ai na base pra vocês verem ela?” Na hora direcionada por Deus eu disse “sim, estamos aguardando vocês”. Comuniquei a um missionário, ele chamou um pastor e ficamos aguardando.
Quando chegou ela, trazia a sobrinha, uma linda menina de uns 9 anos, e a irmã (mãe da criança). E pra minha surpresa ela estava tendo uma crise de ansiedade, exatamente como em um adulto.
Eu fiquei de longe observando a forma que os servos de Deus conduziram a situação e intercedendo em oração. Em um determinado momento eles fizeram o apelo e a mãe não quis, perguntaram se podiam orar pela menina, e ela se pôs a chorar, totalmente quebrantada, colocou as mãozinhas em posição de recebimento para receber aquela oração. E eles oraram por ela. Ela foi consolada, escutada, amparada, e logo voltou a brincar com as crianças que estavam na base. Ali eu pude entender melhor o que se passava, a menina frequentava a igreja com uma vizinha (mesmo a família não sendo cristã), e quando se viu naquela crise mais uma vez (ela já viveu isso a meses) e sabíamos que os missionários estavam na base, pediu a mãe que levasse ela até lá, porque ela entendia que o socorro dela vem do céu, que o Senhor tem poder para curar a libertar e que se alguém orasse por ela, isso poderia ajudá-la como de fato ajudou. E naquela tarde uma semente foi plantada no coração daquela mãe, ela ouviu falar de Jesus, ela teve a oportunidade, e ainda que não tenha feito uma aliança com Jesus ali naquele momento, cremos que algo aconteceu e que frutos vão ser gerados a partir da atitude de fé dessa menina.
Como missionária o tempo que pude estar no sertão do Piauí foi um tempo desafiador e de grande crescimento espiritual e pessoal. Por mais que haja uma preparação pré viagem, a realidade que encontramos ali é algo que foge da teoria. Eu sou grata ao Senhor por me permitir fazer parte da obra Dele, pela misericórdia Dele fui capacitada e recebi muito mais do que doei naqueles povoados que estive. Através da simplicidade das pessoas, elas me ensinaram lições valiosas, a maior delas foi: Vale a pena servir o Deus que nós servimos. Ver de perto as maravilhas que Ele fez, faz e continua fazendo me faria fazer mais 10x o mesmo trajeto de Macaé-Cajueiros. Pessoas sedentas por ouvir sobre Cristo, esperando apenas alguém para falar.”